quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Caros amigos e amigas,

Pela tradição, há 2010 anos nasceu na Galiléia um judeu que marcou indelevelmente a história da humanidade. Na sua vida, pregou que as leis não podem se resumir à letra fria, e que pelo contrário, devem ser cultivadas com os corações para que sejam bens melhores da nossa existência. Pregou a paz, mas também soube ser duro na hora certa, com o objetivo de preservar o sagrado. Amou seu Pai como nenhum humano e valorou seus antepassados

Não sou cristão, como todos sabem, mas as mensagens de Jesus transcendem credos, lugares e o tempo. Se como judeu não creio nele como O Messias, isto em nada prejudica os valores das tradições e exemplos que ele deixou.

Nesta perspectiva, a data é marcada pela esperança sempre renovada de um mundo melhor, onde cada um possa experimentar a grandeza e o amor de nosso Grande Pai.

UM FELIZ NATAL A TODOS E A TODAS
UM ANO DE 2010 REPLETO DE REFLEXÕES E REALIZAÇÕES, SAÚDE E BRILHO.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

O CASO SEAN

Caros amigos e amigas,
O desfecho do caso Sean, que segundo ordem do TRF, do Rio de Janeiro confirmada pelo STF, que por sua vez acatou os termos de acordo internacional, ou seja, do mais que adequado diploma legal para o caso, não poderia ser outro. Alega-se que isto trará traumas à criança. Provavelmente sim. Mas será que não houve trauma, quando sua mãe o trouxe ao Brasil, sem comunicar o seu ex-marido e pai de Sean que não voltaria? Será que o trauma de viver sem seu legítimo e biolígico pai, com quem chegou a conviver em plenitude, não seria maior? As medidas judiciais que seu padastro e "familia" brasileira tomaram ao longo destes anos, em desacordo com a norma, simplesmente só fizeram água na naufragante tentativa de literalmente consolidar um sequestro sob as bençãos da lei, o que felizmente não se confirmou. Com que direito, e sob que pretexto o menino foi trazido ao Brasil, sem o consentimento do pai? Com que direito, esta chorosa família privou, pai e filho, do seu mais que sagrado convívio? Infelizmente, o que tenho visto é a mídia nacional dar uma cobertura que expõe muito mais o sofrimento da familia brasileira do que o do pai e de sua familia americanos, insisto, vítimas de SEQUESTRO. Fosse cumprida a lei com a devida brevidade e necessidade, talvez o caso nem tivesse a repercussão que teve, quer sob o ponto de vista da criança, ou sob os pontos de vista diplomáticos, políticos, sociais e jornalísticos. A justiça pode ter acertado, mas veio tarde. Ressalve-se, que, conforme publicado, será preservado e garantido o direito de visitas e encontros com a familia brasileira.
Abraços,
NELSON NISENBAUM

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Caros amigos e amigas,

Mais uma vez o tema da corrupção toma as frentes de todas as mídias, pateticamente materializada por imagens de dinheiro sendo "depositado" nos mais impróprios destinos físicos e éticos que se possa conhecer. E mais uma vez, vemos a sociedade perplexa e revoltada com aquilo que pensa ser o mal em si. As cenas, são tão somente a resultante de uma complicada cadeia de eventos, que se inicia nas perversas e promíscuas relações entre o grande tomador de serviços, o estado, e os grandes fornecedores de serviços, que são empresas privadas.

Muito se discute sobre o tamanho do estado e sobre a natureza de seus serviços, sobre o caráter de serviço meio e serviço fim, e assim por diante. Tais discussões, inflamaram-se progressivamente na década de 90, impulsionadas pelos assim chamados neoliberais, que pressupunham um estado mínimo e propagavam a imagem de um estado burocrático, ineficiente, e assim por diante. Na maioria das vezes, o debate sofre a corrupção "de primeiro grau", esta que não resulta em lucros imediatos, mas é a base do processo. Para que fique claro, corrupção é um termo que não se aplica unicamente a relações financeiras ilícitas. Corromper também significa alterar algo em sentido degenerativo. A má interpretação de uma lei é corrupção. O juízo tendencioso é corrupção. E há numerosos exemplos.

No caso, a corrupção se inicia no momento onde os serviços públicos são comparados aos serviços privados, assim como a administração pública é comparada à administração privada, como se fossem entes iguais ou comparáveis. Ardilosamente, os debatedores neoliberalistas espremem a máquina pública através dos filtros capitalistas, pretendendo demonstrar algebricamente a diferença de custos entre os procedimentos nos dois setores, mas também ardilosamente corrompem o pensamento do cidadão comum, quando ocultam o fato de que os serviços públicos tem outro tipo de "rendimento" e outro tipo de prazo de apuração de seus resultados, sendo portanto, incomparáveis.

As 3 esferas de governo (municípios, estado e união) e os 3 poderes prestam serviços contínuos à sociedade, através de milhares de atividades meio e atividades fim. Estes serviços podem ser prestados por funcionários contratados pelas respectivas instituições ou através de terceiros, estes, sempre da iniciativa privada. A máquina pública tem a demanda e os recursos, ambos controláveis pela sociedade através dos mais variados mecanismos. O que não ocorre no setor privado, que manobra seus recursos e pauta suas atividades sem qualquer controle social. O mesmo ocorre com as empresas públicas e com os serviços públicos essenciais, que podem estar sob concessão a entes privados.

Assim, o setor privado está permanentemente "de olho" nos recursos públicos, e manobra politicamente para que os serviços públicos sejam cada vez mais "privatizados". As manobras vão desde os grandes movimentos eleitorais (presidenciais) até o campo legislativo, de onde sai o provimento legal e orçamentário para os negócios que serão licitados a posteriori. Mais adiante, os detentores do poder cobram a fatura pelos "serviços prestados" ao setor privado" e aparecem na nossa televisão, na internet e em outras mídias, protagonizando as cenas que se repetem há décadas.

Esta, é a grande corrupção, a que abusa da confiança da sociedade ao substituir o debate ideológico pela contabilidade sedutora do dinheiro fácil e das soluções mágicas, que fazem o patrimônio público parecer um ente esotérico ao cidadão comum, e que em nome da "agilidade administrativa" hipnotiza-o pelas teses privatistas, que de eficientes mesmo, só tem a capacidade de enriquecimento de poucos em função das perdas de muitos.

Se é o anseio da sociedade o de que não tenhamos que lidar com esta triste realidade, que nada mais faz do que destruir a imagem da vida política e esvaziar o debate ideológico, ela deve aprofundar-se nas verdadeiras origens e nos verdadeiros significados do termo corrupção, que vai muito além do "dinheiro na cueca", que é tão somente uma pequena ponta do "iceberg".

Evidentemente este texto não tem a pretensão de esgotar o assunto, mas espero ter induzido o leitor a uma interpretação menos simplista do que aquela que está colocada hoje, e que não mudou nos últimos 20 anos, pelo menos.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Caros amigos,

O comentário de Merval Pereira que foi ao ar hoje na CBN (veja no site http://cbn.globoradio.globo.com/comentaristas/merval-pereira/MERVAL-PEREIRA.htm, data de hoje) é um daqueles exemplos em que fica difícil decidir se é um caso de estreiteza, ingenuidade, ou de má fé. O presidente Lula afirmou com todas as letras que é favorável a um programa nuclear pacífico do Irã. Ou seja, não aprova o uso bélico. Disse que Os EUA e a Rússia não tem moral para discutir o assunto. Alguma duvida? O Brasil tem, sim, muito mais moral para isso, pois está na constituição brasileira esta renúncia. Logo, o presidente Lula é o melhor interlocutor para esta questão com o Sr. Ahmadinejad. Mas o Sr. Merval Pereira preferiu gastar o seu tempo em tentar nos convencer do erro do presidente Lula ao fazer este tipo de discurso, "na contramão" do mundo, mas só nos convence mesmo de sua miopia. Até o menos experimentado negociador, sabe que para que se construa acordos e compromissos, o princípio fundamental é o da confiança entre as partes. Portanto, não se construirá confiança se não houver sinalizações mínimas de que é possível uma mínima identidade de idéias. Estes sinais se dão através do discurso. E o discurso do presidente é: uso pacífico, sim, uso bélico, não. Exatamente como nós brasileiros fazemos. Aliás, não somos tão bonzinhos como quis dizer o Sr.Merval. As inspeções das agências internacionais jamais alcançaram o nosso mais que secreto método de enriquecer urânio, genuinamente brasileiro, digno de inveja.

Reclama o Sr. Merval que os EUA estão propondo um programa de redução de 80% de seu arsenal nuclear. Que bom! Ao invés de poder destruir 100 vezes o planeta Terra, ficarão só com 20. Nada contra os EUA. Mas para lidar com malucos como Ahmadinejad é preciso paciência e estratégia, ou então transforma-se o Irã em mais um Iraque e mais um Afeganistão.

É muito pouco provável que o presidente Lula esteja fazendo tudo isso sozinho. O mundo o reconhece como liderança, e o próprio Ahmedinejad também o faz. Portanto, "amarrar" o Irã em uma relação independente com o Brasil é sem dúvida nenhuma uma boa oportunidade de melhorar a "qualidade" do Irã enquanto vizinho neste planeta. Quanto mais amarras com países pacifistas, melhor. A iniciativa do presidente não significa apoio às políticas belicistas de Ahmadinejad, como insiste, sofismaticamente, o Sr. Merval. Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa, como se diz coloquialmente. O presidente Lula faz um discurso claro, conciso, transparente, e para um bom entendedor, meia palavra basta. Jamais pronunciou qualquer palavra de apoio às idéias insanas do iraniano, em qualquer contexto.


Por fim, o Sr. Merval Pereira vaiou sozinho o presidente Lula. Lá, no assim dito primeiro mundo, todos respeitaram as suas idéias, e segundo consta, foi aplaudido de pé na Alemanha hoje. Por que será?

NELSON NISENBAUM