quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

A TRAGÉDIA DA MEGA SENA

Amigos e amigas,

O caso da mega sena de Novo Hamburgo merece uma solução digna. É um daqueles exemplos onde a moral deve ser maior que o formal. E penso que a Caixa Econômica Federal deve pagar o prêmio. O raciocínio é simples: A aposta foi feita e paga. A lotérica representa a Caixa Econômica Federal, sendo portanto, sua preposta, sua extensão. O erro cometido pela lotérica, ou seja, o de não proceder a aposta, pode ser interpretado como uma falha no âmbito da própria CEF, que deve responder por isso. E ninguém deve pagar pelo erro, pois a CEF não vai empobrecer por causa de não ter recebido algumas centenas de reais da aposta. Sob o ponto de vista dos apostadores, eles cumpriram o contrato. Apostaram e pagaram. Esta é a moral da história e é o que interessa. A falha interna deve ser entendida como falha da CEF. O que vocês acham?

Respostas no meu blog em http://nelsongn.blogspot.com

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Amigos e amigas,

No link abaixo, uma notícia dando conta do atraso do Supremo Tribunal Federal em responder às ações diretas de inconstitucionalidade contra a Lei 9637 / 98 (FHC) que abriu as portas para a terceirização da saúde pública brasileira no modelo das Organizações Sociais de Saúde.

O assunto é de enorme importância, afeta toda a sociedade brasileira, a vida e a dor de cada cidadão e além de tudo isso, deixa em aberto o marco regulatório legal do SUS.

Fica o lamento pelo descaso do STF com esta importantíssima pauta.

Abraços a todos e a todas,

Nelson


terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

VOCÊ DECIDE O TÍTULO

Amigos e amigas,

Fui testemunha pessoal e ocular dos fatos abaixo relatados de forma infinitesimalmente sintética ante o sofrimento deste meu amigo. Como médico, pude observar que tecnicamente, a lesão de nervo periférico ocorrida pelo descuido de ter deixado uma perna sobre a outra em uma longa cirurgia, foi falsamente interpretada como lesão vascular, o que ocasionou o desnecessário prolongamento da internação. Tal lesão jamais foi diagnosticada pela equipe do hospital, não obstante os meus insistentes pedidos para que se realizasse o exame adequado (eletroneuromiografia). A Folha de S.Paulo abreviou a carta, omitindo que as complicações das escaras (que se formaram pela internação desnecessariamente prolongada) o levaram a uma COLOSTOMIA, a um novo período na UTI, e uma cirurgia posterior para reversão do procedimento. O paciente ficou ainda com a sequela neurológica (um dos pés paralisados) e uma lesão na região glútea causadora de dor constante e outras limitações.

A resposta da Secretaria de Saúde de SP ilustra, sem maior necessidade de comentários, a visão de governo que temos na saúde pública estadual de S.Paulo.

Em 25 anos de profissão jamais vi tal sequência de desgraças abatidas sobre um doente que tiveram origem em falhas humanas mais que evidentes. Não se trata aqui de fazer julgamentos de pessoas ou da instituição. Os órgãos competentes é que devem responder. Mas fica aqui a certeza, de que entre os órgãos competentes não será a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo a fazê-lo, pois sequer reconhece a possibilidade de falha(s) e sequer tem a delicadeza de lamentar os fatos.

Abaixo, o que foi publicado no jornal FOLHA DE S.PAULO.

Abraços a todos e a todas,


NELSON NISENBAUM


Saúde
"Fui internado no Instituto Dante Pazzanese para correção de três aneurismas e soube que havia ocorrido um "pequeno incidente': minha perna esquerda ficara apoiada sobre a outra, pressionando a circulação. Na UTI, não houve cuidados suficientes da enfermagem, o que resultou em duas enormes escaras.
Já no quarto, constatei que os cuidados pareciam ser insuficientes para controle das feridas. Fui submetido a duas outras intervenções cirúrgicas para tratar as escaras. Como não havia vaga no centro cirúrgico, uma delas foi realizada no quarto.
Na mesma noite, fui levado à UTI, com septicemia. Nas horas de visita, minha mulher constatou que eu nunca estava na posição recomendada (de lado). Questionados, os enfermeiros informavam que eles me colocavam daquela forma para facilitar curativos, colocar e tirar tubos e cateteres etc..
Cem dias após a internação, fui liberado para voltar para casa. Vários dias depois, descobrimos uma ponta de tecido saindo da ferida e retiramos uma compressa esquecida durante a última cirurgia. Congelada como prova de negligência, a compressa foi mostrada à equipe do hospital, da qual recebemos pedidos de desculpas. Mas quantos terão sobrevivido para ouvir esses mesmos pedidos? O que aqui conto é um resumo do que foi o pesadelo vivido nessa instituição, em que a renomada excelência das equipes médicas se contrapõe a uma ineficaz e descuidada equipe de apoio."
MÁRIO CHIMANOVITCH (São Paulo, SP)


Saúde
"Sobre a carta do senhor Mario Chimanovitch ontem nesta seção, a Secretaria de Estado da Saúde informa que o Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia abriu um processo de apuração preliminar tão logo o paciente expôs suas queixas e dúvidas. De acordo com esta verificação, não houve falha no atendimento ao paciente.
Alguns dos problemas apresentados por ele, como escaras, são comuns em pacientes internados por longos períodos. O instituto, no entanto, vai averiguar as reclamações enviadas ao jornal."
VANESSA SILVA PINTO , coordenadora de imprensa da Secretaria da Saúde (São Paulo, SP)