terça-feira, 29 de abril de 2014

ANTES QUE VENHA O HOLOCAUSTO DA RAZÃO

ANTES QUE VENHA O HOLOCAUSTO DA RAZÃO

27 de abril de 2014 às 22:05
Muitas e mais que necessárias as manifestações e lembraças levadas a cabo hoje no mundo inteiro e no Brasil pelo Dia da Lembrança do Holocausto.

Como disse e reforço - mais que justas e necessárias. Entretanto, tenho uma visão crítica sobre tudo o que tenho visto nos últimos anos sobre o assunto.

Na transmissão do conhecimento sobre essa terrível e inominável história, não faltam nomes e pessoas. Hitler, Himmler, Rosenberg, Goebels, Hess, Eichmann, Mengele, Speer, e assim por diante.

Como se tudo o que aconteceu dependesse unicamente da ação dessas pessoas. O que não é verdade.

Não tenho visto nestas manifestações e atividades variadas em torno desse tema, um processo realmente educativo, no sentido da elucidação dos processos políticos, culturais e sociais subjacentes à ascensão do nazismo.

Os métodos e ideologias que fomentaram o nazismo não morreram com o nazismo. Pelo contrário, continuam muito vivas em diversas sociedades, e a nossa, não é exceção. O discurso, a linguagem, o modo de pensamento autoritário, a visão imediatista e parcial praticados por diversos personagens da mídia brasileira reproduzem com abundância e clareza os mecanismos mentais e ideológicos que se adaptariam facilmente à realidade alemã do final da década de 1920, quando o nazismo foi posto à fermentação.

E tudo isso está passando-se ao largo da percepcão de gente que se considera culta e politizada, e que se acha em condições plenas de lembrar as dores do holocausto.

Particularmente, estou perplexo com o que venho vendo nas mídias e redes sociais. Como sempre prefiro ressaltar, não se trata do que se diz ou do que se divulga, mas sim, dos processos mentais que levam à conclusões e assertivas que pululam no universo atual.

Não sei o que vem por aí, mas tenho maus pressentimentos. Por isso, penso que os paradigmas de formulação das atividades em torno da lembrança dolorosa do Holocausto devem ser mudados. Não creio que os métodos, símbolos e formatos atuais estejam realmente educando as atuais gerações.

NN

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