quarta-feira, 23 de março de 2011

Vá você, Boechat!

Caros leitores e leitoras,

O jornalista Ricardo Boechat brindou-nos hoje pela manhã (18/03/11) com certos comentários que não podemos deixar de considerar. Ao falar sobre as consequências ao cidadão carioca da visita do presidente americano, achincalhou o prefeito do Rio de Janeiro, terminando seus argumentos com os seguintes termos: "... mas político não leva tiro. Infelizmente. " A prosseguir, teceu duras críticas à imprensa em geral pela cobertura - que considera exagerada - dada ao prefeito de S.Paulo e sua possível mudança de partido e criação de um novo. Nas suas conclusões, disse: "Quero mais é que ele (o prefeito de S.Paulo) vá para aquele lugar que não posso falar aqui.... para onde deveriam ir, aliás, os políticos em geral..."

Em primeiro lugar, vá você, Boechat, mais parecendo no momento um BOBechat.

Em segundo lugar, se você está tão descontente com nosso país e com os nossos políticos, você pode ir embora daqui na hora que quiser, pois você vive em um país livre e democrático. Embora não exerça cargo eletivo, sou político, e juntam-se à minha categoria (de não eleitos) dezenas de milhares, que embora não empossados, lutam por um país melhor, cada um à sua forma, e exijo respeito de vossa parte, que aparentemente desistiu da democracia em favor de balear os políticos e mandá-los àquele lugar. Se você se coloca em condições de criticar tão pesadamente os seus colegas de imprensa, deveria portar-se mais dignamente frente aos teus ouvintes e leitores, mas se quer mesmo seguir no ramo da palhaçada, chame o Tiririca, ele fará melhor, e conseguiremos pelo menos rir. Mas ele está lá, a exercer o seu mandato legitimado pelo mesmo sistema que te permite se expressar à sua audiência, com as barbaridades que te colocam muito abaixo daqueles a quem você tanto vocifera.

Aliás, o teu emprego em uma empresa de comunicação de massa, existe por que políticos assim o fizeram, através de leis e instituições que permitem a existência dela, e o teu direito de falar o que quer, deriva da luta de uma geração contra a ditadura. A vida política é feita de pessoas, de grupos de interesse, e a empresa da qual você faz parte não deve ser exatamente um convento, em se tratando de grupos de interesse. E muitas vezes, ao interagir com os políticos que você tanto critica, deve ter mandado para aquele lugar os verdadeiros interesses da população.

NELSON NISENBAUM

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